Quando Schopenhauer escreveu “Como vencer um debate sem precisar ter razão em 38 estratagemas”, ele não imaginava a que nível chegaria os esquerdistas brasileiros quando não tivessem argumentos para uma discussão de alto nível. Assim é que, nos últimos tempos, um dos mantras mais populares utilizados quando querem encerrar uma discussão com alguém que discorda das ideias esquerdistas é o “Vai estudar História!”.
Essa frase, popularizada pela ex-petista, mas sempre antidemocrática, Luciana Genro, é utilizada até hoje com os mais variados fins. Parece ser a forma mais simples de fugir de um confronto. Consigo imaginar um esquerdista sendo parado numa blitz da Lei Seca e, ao ser perguntado se bebeu, responda “Vai estudar História!” para o policial…
Mais recentemente, às vésperas das manifestações de 13 de Março, um dos “argumentos” para não se ir às manifestações era que se tinha estudado História. Esse artigo pretende mostrar que, na verdade, quem estudou a História é justamente quem se preocupa com o PT no poder, com a ascensão das esquerdas e com a repressão à Direita no Brasil.
Provavelmente, quando essas pessoas se referem a “estudar História”, elas estão se referindo àquelas aulinhas de História que elas tinham na época do ensino médio, onde um professor esquerdista, geralmente muito sedutor, apresentava uma versão deturpada dos fatos de modo aos alunos saírem dali prontos a se filiar a um partido de esquerda. Elas nem têm consciência de que aquilo que elas ACHAM que é estudo da História, não passa de uma lavagem cerebral, totalmente desconectada da realidade dos fatos.
Um dos exemplos mais claros, e que será o tema desse texto, é a visão que se tem do ex-presidente João Goular, o Jango. Após aquele espetáculo midiático deprimente de se tentar provar que Jango foi envenenado e de ter seu corpo recebido com honras de chefe de Estado, detectamos uma certa tendência a endeusá-lo, como uma vítima do regime militar. Então, que tal conhecermos quem foi esse ex-presidente e qual o respeito que ele merece?
Antes de mais nada, o que vou contar não é coisa de algum autor direitista, da “direita burguesa e reacionária”. Saiu de um livro de uma autora de esquerda. Trata-se do livro “O apoio de Cuba à luta armada no Brasil” da professora Denise Rollemberg.
Denise conta nesse livro que, desde 1961, Cuba já vinha aparelhando a guerrilha de esquerda no Brasil visando a derrubada do regime pela força. “Peraí!! Eu não aprendi que a guerrilha de esquerda foi criada como uma resposta ao regime ditatorial militar?” Isso mesmo. Todos ouvimos falar isso nas nossas aulinhas de História, mas, a menos que os comunistas tivessem o dom da premonição, a guerrilha se iniciou em 1961, três anos antes dos militares assumirem o poder, com vistas a derrubada de um regime DEMOCRÁTICO e, o que é pior, de clara tendência de esquerda, que era o de Jânio Quadros. Lembrando que Jânio chegou a condecorar o guerrilheiro Che Guevara. E essa tentativa de golpe se prolongou mesmo após João Goulart assumir, após a renúncia de Jânio.
Nas palavras (prolixas) de Denise: “Após 1964, a esquerda tendeu, e tende ainda, a construir a memória da sua luta, sobretudo, como de resistência ao autoritarismo do novo regime… No entanto, a interpretação da luta armada como essencialmente de resistência deixa à sombra aspectos centrais da experiência nos embates travados pelos movimentos sociais de esquerda no período anterior a 1964.”
Ou seja, a Esquerda mentiu e tem mentido sobre os motivos da luta armada e a Direita sempre falou a verdade quando afirmou que o golpe militar foi uma reação contra um iminente golpe de esquerda.
Mas o pior ainda está por vir. Mais adiante, no mesmo livro, Denise conta que o governo João Goulart, em fins de 1962, apreendeu provas materiais da intervenção armada cubana. O que ele fez então? Chamou o Embaixador de Cuba e cobrou uma resposta? Foi à ONU protestar? Veio à público revelar tudo? Cortou relações diplomáticas com Cuba? Não!! Escondeu as provas e as devolveu, discretamente, a um emissário de Fidel Castro…
A professora Denise não parece perceber nesse ato presidencial nada de particularmente anômalo, tanto que, o descreve como simples e corriqueira “solução diplomática”.
Agora, perguntem a qualquer estrangeiro (inclusive de Cuba) o que seria feito de um presidente de seu país que agisse dessa maneira? Na imensa maioria dos países, ele seria acusado de alta traição e pegaria prisão perpétua ou pena de morte. A ditadura militar somente o exilou, quando teria motivos legais para fuzilá-lo. E ainda chamam o período do regime militar de “anos de chumbo”…
Então, É ESSE o presidente que foi reempossado postumamente com honras de chefe de Estado e que a mídia pretende endeusar para as novas gerações.
Quando esse trecho do livro de Denise Rollemberg foi divulgado, por Olavo de Carvalho, há alguns anos, a autora, visivelmente constrangida, veio à público afirmar que a interpretação dos fatos citados no livro havia sido distorcida. Uma interpretação não se distorce. Cada um pode interpretar um fato como quiser. Os dados estão lá, e são verdadeiros (ninguém nunca negou a veracidade do relato), porém os esquerdistas brasileiros consideram que um ato de alta traição, se for para a implantação da “ditadura do proletariado”, não deve ser interpretado como traição e sim como heroísmo. Já nós, pessoas comuns, consideramos isso perigoso e altamente indigno.