As primeiras universidades nasceram na Europa e, por incrível que pareça, surgiram na idade medieval. Em sua essência, eram de iniciativa coletiva, ou seja, organizadas por um grupo de colegiados que elegiam seus professores e orientadores. As primeiras academias não pertenciam nem ao Estado e, nem tampouco, à iniciativa privada, pois pretendiam atender a um público específico. No contexto brasileiro, a primeira universidade surgiu no início do século XIX com a chegada da família real portuguesa. De lá para cá, o número de universidades vem crescendo sob o espectro estatal. Para muitos, é motivo de exultação, mas para outros, não há representatividade porque tornou-se uma fábrica de pensamento hegemônico socialista que atende tanto nacional como internacionalmente a pauta progressista.
Lembro-me, em minha carente infância, que a universidade representava a concretização de um plano de vida e a materialização de um sonho. Clarice Lispector, numa entrevista concedida à TV Cultura em 1977, descreve o mundo da criança como fantasioso e mágico o que configurou muito bem minhas aspirações infantis. O que vemos na atualidade é uma estrutura ideológica militante e truculenta.
“Não tomem quartéis, tomem escolas e Universidades.
Não ataquem blindados, ataquem idéias”
(Antonio Gramsci – Filósofo Marxista)
Na última campanha eleitoral, muita mídia foi compartilhada, imagens que chamaram bastante atenção do público: mulheres histéricas nuas militando a favor do feminismo, ataques terroristas das famigeradas “minorias”, os homoafetivos vilipendiando a fé cristã, pessoas nuas em apresentações comprometedoras. Os pagadores de impostos, as pessoas comuns, ficaram estarrecidas em ver como a universidade financia e apoia esses movimentos e como é desmitifica no que tange seu real papel na sociedade brasileira.
A maioria dos profissionais, principalmente de licenciaturas, sai despreparada para encarar os reais anseios da sociedade. Aproveitando o exemplo das licenciaturas, o recém-formado é praticamente jogados nas salas de aulas que nunca serviram de pesquisa e estudo aprofundados no ambiente acadêmico, tais vítimas nunca tiveram o mínimo preparo para encarar o contexto atual de decadência educacional. Essa é uma das causas do fracasso sistemático do sistema de ensino nacional e, que pelo que vemos, não serve de interesse de estudo e pesquisa pelas academias.
A universidade pública brasileira é a principal disseminadora de ideias socialistas e quem não for a favor delas é tido como “fascista”. O monopólio da informação da universidade silencia e oprime o pensamento oposto, mordaça o contraditório e dita as regras que a militância deve reproduzir. Exemplo claro e objetivo disso é o sujeito se autoproclamar cristão num curso de ciências humanas, ele será rechaçado e descreditado pois, para o poderio esquerdista, só há intolerância só for contra eles mesmos.
Essa hegemonia surgiu e se desenvolveu durante o Regime Militar (1964-1985), enquanto os “milicos” combatiam os subversivos nas ruas, os intelectuais e a grande mídia absorviam as ideias gramscistas ganhando status de domínio da informação e do conhecimento. Assim, as eleições de 2018 desmontaram a proposta socialista estudada nos anos de chumbo e debatidas no Foro de São Paulo.
Recentemente, vislumbramos o projeto “Escola sem partido” que quer suprimir a influência esquerdista nos ambientes escolares. O projeto em si é inútil porque a cartilha progressista já está incorporada há décadas no comportamento das pessoas. O que deve ser proposto é a pluralidade de pensamentos em que se mostre, por exemplo, os pós e contras do capitalismo, mas, infelizmente o discurso único gira em torno do neoliberalismo e imperialismo.
Em suma, a universidade brasileira presta desserviços à sociedade como um todo. Há a supressão escancarada de bibliografias conservadoras e liberais, as pesquisas acadêmicas possuem importância pífia, a cartilha deve ser de origem marxista e que traga a hegemonia do pensamento progressista. Não há pesquisas engajadas que visam o combate os altos índices de violência, os péssimos desempenhos educacionais, a falência da cultura brasileira, a imbecilização coletiva, a multiplicação do analfabetismo funcional. A universidade pública está a serviço de uma causa: a bandeira escarlate!