Muito se lê e ouve sobre meritocracia, porém sempre de uma forma pejorativa, caricata e pobre. Esse é o resultado prático das décadas de demonização gramscista acerca de um dos parâmetros humanos de liberdade e desenvolvimento, intimamente atrelado à livre iniciativa e às capacidades individuais distintas.
Boa parte das pessoas, ao escutar a palavra “meritocracia”, já associa a uma sequencia de erros conceituais graves, como por exemplo o de que uma pessoa rica não a necessita para obter sucesso e que uma pessoa pobre não pode iniciar uma vida de sucesso apenas pela meritocracia. Em um local tomado pelos pensamentos condicionados, repetidos e propagados ad nauseum pelas mídias esquerdistas, o significado de meritocracia não é nada mais do que “sorte” e “sofrimento”. As pessoas associam o conceito à pessoas que necessariamente acordam cedo, moram em uma favela e pegam ônibus lotado. Claro que este aspecto cabe perfeitamente no conceito de meritocracia, porém de forma secundária e muito primordial, resumindo os méritos pessoais de alguém a uma simples exaustão física e à condição social.
Mas então do que se trata meritocracia? Um dos significados mais fidedignos a este conceito, está relacionado à NECESSIDADE, CRIAÇÃO, CRESCIMENTO, MANUTENÇÃO e TRANSMISSÃO. Uma análise, sem necessidade de grande profundidade, dos países desenvolvidos hoje, nos permite enxergar nitidamente que foram sempre sociedades que respeitaram a meritocracia em sua significância real por décadas e séculos, sem interferência estatal profunda em seus cinco pilares principais. Os processos de domínio comunista não obtém êxito sem a destruição das subdivisões conceituais da meritocracia. A seguir, abordarei cada um desses aspectos e, logo após, as frentes comunistas responsáveis por sua subversão e destruição.
A necessidade é composta pelas demandas pessoais e de interesses grupais mais distintos. Como por exemplo, a necessidade de se alimentar e se vestir. A necessidade é o combustível que faz com que as pessoas se movam por algo, é um processo primordial na conquista do que quer que seja, parte da necessidade real por algo. Quando digo “necessidade real”, não infiro que é algo aplicável apenas aos aspectos vitais e biológicos de alguém. A necessidade de um computador para trabalho, por exemplo, também configura uma necessidade que demandará algum tipo de movimento do indivíduo para que ele a supra. A essência da necessidade se resume no preenchimento de lacunas de anseios pessoais e sociais.
A criação é a etapa da meritocracia onde o indivíduo desenvolverá e utilizará objetos e caminhos para suprir a necessidade anteriormente colocada. É a fase do “movimento”, da solução do problema. Aqui temos o coração da criação por demanda. Em uma visão mais ampla deste conceito, muitas vezes temos que a necessidade enfrentada por um indivíduo é a mesma de muitos outros indivíduos e até de sociedades inteiras. A criação é o caldeirão fermentativo das inovações tecnológicas de toda sorte, guiadas exclusivamente pelas necessidades e anseios gerais e/ou individuais. Também é a construção da estrada pessoal que guiará rumo ao objetivo. A centralização no indivíduo é PARTE ESSENCIAL disto, pois não existe ninguém melhor para criar um caminho que responda a um anseio específico do que o dono do próprio anseio.
O crescimento é uma etapa de aglutinação dos frutos pelo mérito e pela criação. Resume-se ao patrimônio adquirido ao longo do processo de evolução do indivíduo pela sua vida. Não está diretamente ligado ao centro do caminho meritocrático, sendo apenas uma consequência deste. Por exemplo, uma pessoa possuía a necessidade de ajudar na saúde dos outros, por compaixão pelo seu semelhante. Buscou a criação de meios para isso, atuando na medicina. Consolidada a etapa de criação, colhe seus frutos pelos serviços prestados, que vão se aglutinando na forma de bens, capital e etc. O crescimento é o reconhecimento social prestado na forma de retribuição financeira pelo fornecimento de um serviço que atenda às necessidades de outros.
A manutenção nada mais é do que a construção de meios para que o caminho criado e os patrimônios não se dissolvam ao longo do tempo. Muitas pessoas pensam erroneamente que esta etapa não pertence à meritocracia, estando muito enganadas. Se este aspecto não for cumprido, resta a retração das etapas anteriores ao que era antes mesmo de ter começado. Como exemplo, vemos pessoas que constroem um patrimônio significativo e acabam por se desleixar, gastando de forma desenfreada e perdendo toda a construção. Esta etapa caracteriza o merecimento do mérito conquistado. A competência garante a manutenção. Uma pessoa incompetente não consolidará a etapa de manutenção da meritocracia e, por este motivo, torna-se patético dizer que “um filhinho de papai não entende nada de meritocracia”. O pai que paga estudos bons, faculdade boa e etc. para o seu filho, por exemplo, facilita muito na fase de criação para a geração do crescimento do filho. Porém, se este não possuir a competência necessária para a manutenção do aparato que sustenta sua riqueza, destruirá em uma geração a facilidade obtida através do esforço do seu pai. Provavelmente os filhos desta pessoa já terão uma maior dificuldade para criar e crescer.
A transferência é a hereditariedade da meritocracia. Como citei no parágrafo anterior, é a materialização do esforço de uma geração na vida da próxima, funcionando como uma escada, com cada geração construindo um degrau para que a próxima possa subir mais alto. Um avô que era da roça por exemplo, constrói seu patrimônio dentro de suas possibilidades e cria seus filhos em um patamar já superior, que criará, por sua vez, os filhos já em outro patamar. Junto com a manutenção, é uma característica que eleva drasticamente, ao longo de poucas gerações, o patamar de vida de uma Família que seja correta e disciplinada. É intrinsecamente ligado ao direito de herança patrimonial, para que os patrimônios materiais possam ser passados adiante para garantir o “degrau” de subida da próxima geração.
Em um ambiente livre, as pessoas têm o total direito sobre seus patrimônios e suas conquistas, inclusive o direito de defendê-los de terceiros, passando seus bens hereditariamente após sua morte. Neste ambiente, para a geração de riqueza pessoal e familiar, as pessoas PRECISAM se adequar às cinco regras meritocráticas de evolução. A ambição pessoal é o principal motor para a evolução e melhoramento de vida. Pessoas incompetentes terão menos, pois não conseguirão manter e crescer de forma vigorosa. Já os mais competentes e inovadores, conseguirão andares bem altos para si e suas famílias. Esta é a verdadeira “justiça social”, o crescimento e reconhecimento por MÉRITO, com o direito natural de manutenção de todo e qualquer fruto obtido sem a interferência de quem quer que seja.
Um excelente exemplo de como a meritocracia não se trata de condição social, mas de competência para a criação e manutenção de riqueza, é o da família Matarazzo. Tudo o que o avô da família construiu, chegando a ser uma das pessoas mais ricas do Brasil, os filhos e netos queimaram em atitudes inconsequentes e incompetentes. O neto do Matarazzo, o senhor Eduardo Suplicy, representa esta decadência. Alguém que precisou se amarrar ao Estado (instituição criminosa que vai COMPLETAMENTE contra os princípios meritocráticos, recompensando mais quem é mais vagabundo) para não falir completamente. São as etapas de transferência e manutenção sendo implacáveis com quem é incompetente para continuar construindo sua escada familiar. Por isto é completamente ridícula a alegação esquerdista de que “os ricos são opressores”, pois em um ambiente livre, o rico só continua rico se possuir COMPETÊNCIA de manutenção, senão cai do alto mais rápido do que uma jaca podre cai do pé. Ao mesmo tempo, muitos se agarram ao Estado para que não sofram as consequencias de sua própria incompetência.
O comunismo só se implanta quando as pessoas ficam completamente desprovidas dos aspectos para o crescimento próprio, e trocam o caminho árduo porém grandioso da meritocracia por uma estagnação fácil e proposital causada por um grupo de delinquentes que se apropriam do Estado. Matam com um golpe na jugular os cinco pilares meritocráticos e eliminam a necessidade das pessoas de busca por crescimento através de distribuição de “agrados”, que garantem o mínimo para a sobrevivência, na forma de uma esmola estatal. Exterminam os meios para que as pessoas consigam construir seus próprios caminhos de vida, com burocracia e legislações sufocantes. Minam a noção de propriedade através de cobranças de impostos cada vez mais altos e confiscos de toda sorte. Por fim, acabam com a transferência da evolução de uma geração à outra, tributando e confiscando heranças patrimoniais. É a dissolução total de toda e qualquer força que gere o desenvolvimento das pessoas e sua transferência adiante, transformando tudo em Estado.
Em suma, meritocracia é a criação de riqueza e sua manutenção através da competência e disciplina, com a garantia de que todo e qualquer fruto do trabalho de um indivíduo ou Família pertença apenas a eles, sem direito algum alheio de interferência, não importando o tamanho do patrimônio. Meritocracia está ligada ao esforço pessoal e à manutenção da materialização deste esforço, apenas. O rico precisa da meritocracia para continuar rico e subir mais, e o pobre precisa dela para começar a evoluir na vida. Em um ambiente livre, as pessoas desfrutam de seus esforços. Em um ambiente controlado pelo Estado, as pessoas não pagam por suas próprias incompetências. Meritocracia é o caminho do desenvolvimento e Estado é o caminho do caos.