Desmistificando mentiras proferidas sobre o Tea Party

Em novembro de 2016, os Estados Unidos elegerão seu próximo presidente pelos próximos quatro anos. Por enquanto, pré-candidatos democratas e republicanos testam seu know-how em vários estados americanos, em prévias. O resultado do pleito pode, sim, repercutir na América Latina, uma vez que se trata do mercado consumidor do mundo, com o qual o Brasil deveria estreitar laços diplomáticos. Como a largada eleitoral já deu início, é comum que determinados setores midiáticos subvencionados por verbas estatais do governo federal e militantes raivosos de esquerda (quem quiser, veste a carapuça) lancem uma série de impropérios e mentiras para ridicularizar ou difamar o Partido Republicano, precisamente o Tea Party, movimento que participa ativamente do pleito e tem grande poder de influência na condução eleitoral e ideológica do país. Abaixo seguem as falácias mais comuns, registradas em redes sociais ou matérias jornalísticas:

 

1) ‘O Tea Party é um movimento republicano ultraconservador e fascista’

Na verdade, por ignorância ou desonestidade, certos setores midiáticos ou militantes palpiteiros denominam como de direita – de modo banalizado – todo candidato, projeto ou partido político que se contrapõe a quem está no poder no momento, ou seja, a propaganda oficial. Ousa-se até definir a social-democracia, que é dissidência do marxismo (leia-se PSDB), como uma agremiação de direita. Nada mais insano! Para atribuir uma conotação sensacionalista, empregam prefixos a adjetivos: ultraconservador, megacapitalista e por aí vai. No caso do Tea Party, simplesmente é um movimento ponderado e popular de direita que prima pela conservação de crenças e valores judaico-cristãos, pelo cumprimento da Constituição de 1776 e por uma economia competitiva e global, além da soberania nacional. Há alguma contravenção nisso? Democracia não remete justamente a uma variedade de ideais para que a sociedade eleja o modelo mais adequado por meio do voto? Ditadura do pensamento único está em Cuba, na China, na Venezuela, na maioria de países islâmicos e em regimes comunistas de países africanos.

 

2) ‘Membros dos republicanos do Tea Party são imperialistas’

Esta mentira é bem comum de se ler. É lamentável por ser um misto de desconhecimento histórico e de significado no emprego das palavras. Vejamos: O Tea Party é um movimento social e político que surgiu em mediados de 2004. Seu nome (Partido do Chá, na tradução) remete a uma reação dos colonos americanos que se atreveram a desafiar o controle e o monopólio tributário que a metrópole britânica detinha sobre a comercialização do chá, na segunda metade do século XVIII, de modo que esta ação desencadearia, posteriormente, na independência dos Estados Unidos e no orgulho nacional pela liberdade do seu povo. O Tea Party tem envergadura patriótica e preza a liberdade em sua plenitude – seja de expressão, de imprensa, econômica ou individual – contra as amarras do Estado no controle social (ao ditar padrões de comportamento) e financeiro (ao regular e tributar abusivamente). Dentre os expoentes do Tea Party constam Sarah Palin (ex-governadora do Alasca, que terminou o mandato com alta aprovação por suas reformas em infraestrutura e, sobretudo, no setor energético – petróleo e gás), o cirurgião Bem Carson, o senador de ascendência latina Ted Cruz e o senador Rand Paul. Todos possuem alta popularidade em todas as camadas sociais dos Estados Unidos.

 

3) ‘A direita republicana é contra os imigrantes’

Em primeiro lugar, os Estados Unidos são o país que possui o maior número absoluto de imigrantes no mundo: estima-se que haja mais de 50 milhões de imigrantes de várias partes do mundo, principalmente da América Latina e da Ásia, correspondendo a quase 20% da população total do país. O que o Tea Party e vários dirigentes republicanos defendem é um maior controle nos critérios da política de imigração. Não se pode permitir a entrada desenfreada de imigrantes sem fixar requisitos básicos, uma vez que desencadeia mais despesas ao Estado com subsídios e segurança. Opta-se que o imigrante domine com influência o idioma do país ao que se pretende deslocar, que esteja qualificado profissionalmente para produzir e gerar riquezas ao país que o receberá, que respeite e se integre aos costumes nacionais e aspectos culturais do país, que não tenha antecedentes criminais e que declare renda ou consiga trabalho. Ou seja, são condições plausíveis para assegurar a disciplina e um ambiente seguro e longe de conflitos sociais.

 

4) ‘O Tea Party não tem identidade e só contempla o mercado financeiro’

Na verdade, os que têm experiência com estelionato eleitoral são os socialistas bolivarianos, que ludibriam a opinião pública com propostas megalômanas. O Tea Party e grande parte dos líderes republicanos possuem crenças inegociáveis, como um Exército forte para combater intervenções externas; o direito individual ao porte legal de armas para defender-se de criminosos; a redução do intervencionismo do Estado; a diminuição de gastos públicos em subsídios estatais para assistencialismo eleitoreiro; equilíbrio no orçamento fiscal; estímulo aos valores tradicionais da família; repúdio ao infanticídio (leia-se aborto); livre-comércio como ferramenta para o crescimento e a geração de empregos.

 

5) ‘Eles não representam as minorias’

O Tea Party prioriza o cumprimento de direitos civis pela Constituição e o respeito ao indivíduo. Por abraçar valores conservadores e cristãos, é contrário ao matrimônio gay, por exemplo. Justamente por assegurar a individualidade, o Estado não tem que obrigar líderes religiosos a casar homossexuais, caso vá contra a liturgia do ministério religioso. Homossexuais não são impedidos de viver com seus parceiros e muitos, felizmente, são bem-sucedidos financeiramente por méritos próprios sem recorrer a “bênçãos”. Independente de orientação sexual, etnia e estilos de vida, todos os indivíduos são igualmente importantes na construção dos pilares que edificam os Estados Unidos. O que é impensável são grupos que pretendam se sobressair ou concretizar sua vontade à custa de privilégios ou financiamentos do Estado, cuja função deve limitada para asseverar a segurança e o respeito às liberdades e aos contratos.

 

Diante dos cinco embustes mais proferidos acima, esta eleição promete ser acirrada. De um lado, doses cavalares de vitimismo e de politicamente correto (reforçadas pela mídia progressista e por burocratas e ativistas), por parte do Partido Democrata, para dividir os norte-americanos entre negros x brancos, ricos x pobres, nativos x imigrantes, cristãs x feministas e por aí vai; do outro, o Partido Republicano, que planeja retomar o crescimento e libertar o país das amarras do relativismo moral, do protecionismo econômico e da política externa instável.

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