Caiu como uma bomba, um artigo a DW (Deustch Welle) que afirma que as tatuagens constituem um risco incalculável.
Nas últimas décadas, as tatuagens romperam os limites anteriores, onde eram restritas a marinheiros e presidiários, passando a se tornar uma moda avassaladora. Hoje, praticamente todo jovem ostenta pelo menos uma tatoo e a idade das pessoas que procuram um tatuador pela primeira vez está aumentando.
Porém, uma reportagem da agência de notícias alemã Deustch Welle vai na contramão dessa moda e afirma que os riscos das tatuagens são incalculáveis.
Segundo essa matéria, as tintas de tatuagem não foram desenvolvidas para estar sob a pele. Grandes empresas químicas fabricam toneladas de pigmentos coloridos, principalmente para fins industriais; empresas pequenas os compram e transformam em produtos para tatuagem.
Em entrevista à DW, Wolfgang Bäumler, professor do Departamento de Dermatologia da Universidade de Regensburg, afirma: “Os pigmentos para tatuagens contrastantes e de longa duração foram desenvolvidas para cartuchos de impressora e tintas de automóveis”.
“As substâncias nunca foram testadas para aplicação subcutânea”, disse à DW Peter Laux, do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR) em Berlim. “A própria grande indústria diz que, na verdade, os pigmentos não são feitos para isso.”
Há décadas que a Homotoxicologia, um tipo de homeopatia criada pelo médico alemão Reckeweg, afirmava que a tatuagem era uma forma de intoxicação permanente, porém críticos da Homeopatia tendiam a não dar atenção aos alertas.
Porém, essa afirmação foi confirmado pelo dermatologista Wolfgang Bäumler:
“As substâncias vão para o sangue, para os nódulos linfáticos, os órgãos, e vão parar em algum lugar. Onde, exatamente, não se tem ideia”.
Os produtos químicos para as cores vermelho, laranja e amarelos são compostos azólicos – substâncias orgânicas com uma má reputação, que costumam desencadear alergias. Algumas delas, como o Pigment Red 22, podem se decompor, se a tatuagem for exposta á luz solar, diz Bäumler. Os compostos resultantes são tóxicos e cancerígenos.
Compostos chamados ftalocianinas, que resultam em azul e verde brilhante, geralmente contêm cobre e níquel. Também nos pigmentos marrons com óxidos de ferro, muitas vezes há presença de níquel. O metal provoca alergias de contato em muitas pessoas e é proibido em cosméticos. Nos produtos para tatuagens, contudo, ele continua sendo frequente.
Já os pigmentos pretos, por sua vez, são feitos com derivados de um material chamado Carbon Black. Ele nada mais é do que fuligem industrial, produzida quando a indústria química queima petróleo, alcatrão ou borracha.
Mas além dos pigmentos, as tintas para tatuagens possuem diversas impurezas. Entre essas impurezas, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são particularmente perigosos, pois muitos são comprovadamente cancerígenos. Nas tintas pretas para tatuagem, estão muitas vezes presentes em concentrações acima do limite recomendado.
Mas nem tudo está perdido! Laux acrescenta que “também há no mercado substâncias para tatuagens que cumprem os requisitos”. No entanto, é difícil para o consumidor definir qual substância é boa e qual não.
O artigo encerra com uma análise da legislação alemã sobre o assunto, considerada insatisfatória. E no Brasil? Como estamos?
Fonte:
http://www.dw.com/pt/tatuagens-constituem-risco-de-sa%C3%BAde-incalcul%C3%A1vel/a-18079792