Star Trek 3 decepciona!

Bem começamos sem meias palavras hoje dizendo logo de cara a dura realidade que Jornada nas Estrelas: Sem Fronteiras (Star Trek: Beyond – 2016) é decepcionante! Isso quer dizer que o filme não presta e não vale a pena ser visto? Não, de modo algum, Quer dizer apenas que dado a sucessão de bons filmes que fizeram toda uma releitura da saga e vinha num crescente este agora caiu de qualidade e não empolgou.

Os trekkies, aficcionados pela saga hão de concordar que houve todo um frisson para o lançamento do filme Jornada nas Estrelas: Um Novo Começo (apenas Star Trek em inglês – 2009) que foi belamente recompensado com uma releitura da série que ao mesmo tempo que a repaginou a recontou sem desmerecer tudo que a antecedeu, fazendo com que o excelente diretor J. J. Abrams, ele mesmo um aficcionado não só por Star Trek, mas ao mundo do sci-fi como um todo, saísse aplaudidíssimo das salas de cinema após a estréia do longa que renovou a franquia além de apresentá-la a um novo público.

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Daí ficou aquele burburinho de: Será que ele conseguirá repetir o sucesso da estréia!? E eis que veio o esplêndido Jornada nas Estrelas: Além da Escuridão (Star Trek: Into Darkness – 2013) e voilà o mago da ficção J. J. Abrams acerta a mão de novo ao fazer uma história mais complexa e mergulhar um pouco mais a fundo na mitologia trekkiana apresentando de relance os maiores inimigos da Federação dos Planetas Unidos o Império Klingon onde outro grande inimigo da Enterprise estava escondido Khan. Com isso e uma boa dose de maestria na condução de um roteiro bem escrito, excelentes efeitos especiais e atores soberbos o filme foi um sucesso retumbante.

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Muitos então disseram que com a gama de assuntos e personagens que a saga tem a oferecer e com os atores fixos que o elenco já possui e os efeitos especiais cada dia mais avançados qualquer um poderia tocar a série daqui em diante e J. J. Abrams teve seus serviços reconhecidos e ele partiu para outros projetos (vide o espetacular Guerra nas Estrelas: O Despertar da Força). Ledo engano! Assumiu o diretor Justin Lin, conhecido por dirigir dois filmes da franquia Velozes e Furiosos (5 e 6) e que pecou em dar continuidade ao grande trabalho do seu sucessor. Muitos dirão que é uma injustiça com Lin comparar o seu trabalho com o do gênio Abrams, mas é claro que isso é uma tolice, uma vez que ambos partiram do mesmo ponto, possuíam a mesma matéria-prima e os mesmos recursos (aí pode até se questionar que Lin teve até mais recursos financeiros que o seu antecessor devido justamente ao sucesso dos filmes anteriores) é óbvio que a comparação faz sentido e Lin decepcionou ao entregar este filme.

Não vamos aqui lançar spoilers e sim comentar brevemente o que levou o filme a ser decepcionante, comentando basicamente o que se pode aferir do trailer e sem estragar nenhuma surpresa (que são poucas mesmo). O filme retoma nosso heróis já como aqueles clássicos que conhecemos já há vários anos no espaço em missões diplomáticas de reconhecimento, com um pouco de trapalhadas do Kirk como de costume, e há um auto-questionamento do Kirk e do Spock se ambos devem continuar na Enterprise ou se devem seguir outros rumos em suas vidas/carreiras. Eles chegam a um entreposto da Frota Estelar que é uma estação espacial geoestacionária e uma cidade ao mesmo tempo que é o ponto visual de efeito especial mais bonito do filme, mas que também não gera muita surpresa com a manipulação da gravidade para quem assistiu aos filmes Elisium e Interestelar, a partir daí começa a história que já começa com nossos heróis caindo numa armadilha tola, onde nos perguntamos: Por que o Spock deixou tal coisa acontecer? E depois vem uma sequência de ação espacial sem muita novidade, seguida por diálogos e ações em terra sem muita graça e a mais ação no espaço previsível, com um final mais previsível ainda; tornando o filme quase maçante.

Espero sinceramente que eles repensem melhor um 4º filme da saga trazendo mais conteúdo, com cenas de ação bem dosadas e um aprofundamento maior na mitologia trekkiana. Ah e não custa pedir para trocarem o diretor e se possível o roteirista também!

OBS 1: Mais uma das grandes sacadas de Abrams no 1º filme que foi trazer, na forma de participações especiais, o Spock original – o soberbo ator Leonard Nimoy – que havia falecido em 27/02/2015; foi homenageado neste 3º filme também.

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OBS 2: Infelicidade também foi a morte precoce do jovem talento Anton Yelchin – o oficial de navegação russo Chekov – em 19/06/2016 num acidente de carro. O mesmo já havia terminado sua participação no novo filme e segundo fontes seu personagem não será vivido por outro ator em uma nova continuação.

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