Carl Gustav Jung, o fundador da psicologia analítica definia sombra da seguinte forma:
“a coisa que uma pessoa não tem desejo de ser” (CW 16, parág. 470).
A sombra é o lado negativo da personalidade, a soma de todas as qualidades desagradáveis que o indivíduo quer esconder, o lado inferior, sem valor, e primitivo da natureza do homem, a “outra pessoa” em um indivíduo, seu próprio lado obscuro. E não existe modo mais simples de expor essa sombra do que encher uma pessoas de ódio.
Sim, feministas da terceira onda são movidos pelo ódio. A busca incansável pela justiça definida obviamente pelo coletivo. Cabe ao coletivo definir quem são os inimigos ou os comportamentos que disparam os gatilhos (Triggers) que evocam todo o poder da militância.
No Final do mês de maio, estreou nos cinemas o sexto filme(Deadpool e Wolverine não valem), da franquia x-men, onde na divulgação o vilão da trama En Saba Nur ou Apocalipse como é tratado no titulo, segura a personagem Mística pelo pescoço. Qualquer pessoa normal enxergaria o óbvio um vilão cumprindo papel de vilão, o de derrotar ou matar os heróis.
Esse tipo de coisa não existe para ativistas, só de citar ou mostrar o objeto de militância fora das regras que eles estipulam que se comete o maior dos pecados na terra.
A atriz Rose McGowan (Que fez muitos filmes violentos como pânico e Planeta Terror) escreveu em seu blog que o cartaz fazia apologia a violência contra a mulher. Esse texto foi suficiente para acionar o apito de cachorro (Dog whistle) e alertar todos os ativistas contra a obra de Brian Singer.
Aquilo que mais tememos.
O que mais chama atenção nas intervenções feministas é que elas se tornaram aquilo que elas mais odeiam: conservadoras.
Conservadores lutam pela suas regras e os mais fanáticos e tradicionais chegam a extremos como foi o caso do Comics Code Authority(CCA) criado na década de 50 em resposta a pressão popular criada pelo livro do Dr. Fredric Wertham a sedução do Inocente (Seduction of the Innocent, no original) onde ele defende que os quadrinhos influenciam as crianças a serem delinquentes pois tocavam em assuntos como drogas, sexo e violência , além de insinuar que Batman e Robin tinham uma relação homossexual. Tal livro foi tão influente que o selo criado para censurar os quadrinhos durou mais de 30 anos. Por mais que estudos mostrem que quadrinhos, videogame e cinema não influenciem ninguém a se transformar em um monstro parece que a história se repete. Diferente dos conservadores que evoluíram seu modo de pensar e até a igreja já aceita comportamentos dos mais variados o feminismo da terceira onda caminha para o lado oposto censurando e policiando o comportamento feminino, tornando-se a sombra de seu próprio movimento. É até uma ironia que até no filme dos X-men, milícia formada pelo professor Charles Xavier um cadeirante que luta pela paz e pelas minorias num filme dirigido por um homosexual (Brian Singer) com Jennifer Lawrence uma ativista do feminismo no papel principal ainda encontrem algo para reclamar, como brinca o meme:
Extremos são ruins em qualquer situação, não sejam esse tipo de pessoa. Apesar da Fox ter se desculpado e removido os cartazes isso não foi uma vitória para as mulheres uma demonstração do que está por vir a sombra do movimento cada dia mais exposta. Quem faz concessões à censura acaba censurado.