Não. Não vou orar pelas vítimas de Orlando
Não. Não vou orar em favor das vítimas do terrorista que assassinou 50 pessoas numa boate gay de Orlando. Até gostaria. Mas, pelo que li e ouvi, creio que as vítimas dispensariam minhas preces. Talvez me acusassem de islamofóbico, de eurocentrista ou até de homofóbico.
Chego a essa conclusão após constatar as posturas assumidas após o terrível ataque. Poucas horas após o atentado, o que se via eram entidades defensoras dos direitos humanos omitindo descaradamente os termos “muçulmano” ou “islâmico” em suas declarações e transferindo a culpa às “pregações em púlpitos”, como se a discordância religiosa dos cristãos ao estilo de vida dos gays tivesse, alguma vez, se transformado em ordem para matar homossexuais. E, principalmente, como se um muçulmano pudesse ter sido influenciado por algum pastor fundamentalista cristão.
Num dos maiores exemplos de Síndrome de Estocolmo coletiva, os gays americanos se voltaram contra um candidato presidencial que afirma que os EUA precisam controlar a entrada de refugiados islâmicos justamente para garantir, a pessoas como esses gays, o direito de frequentarem uma boate tranquilamente, para apoiarem a política desamarmentista do Partido Democrata que deixaria milhões de americanos desarmados e vulneráveis a novos e maiores ataques.
Conheço gays que moram na Florida. Poderiam estar naquela boate e ter sido mortos como se mata gado. Impossível que não tenham pensado nisso. Porém, quais as bandeiras levantadas por eles nas redes sociais após o atentado? Exigir que Hillary Clinton pare de se referir ao islamismo como “religião da paz”? Exigir de Obama um controle maior dos possíveis terroristas (o autor do atentado estava na lista de suspeitos do FBI, mas comprou uma arma legalmente)? Cobrar os líderes muçulmanos uma declaração condenando o ato, como cobram da Igreja Católica? Não! A bandeira levantada é do controle da venda de armas.
Ou seja, quem me garante que os gays que foram vítimas do assassino realmente iriam preferir as minhas preces? Talvez me culpassem por suas mortes pelo simples fato de eu ser cristão. Talvez dissessem que não deveríamos generalizar (como sempre fazem com o Cristianismo), pois o agressor era um indivíduo isolado e não representa o islã. De nada adiantaria mostrar a eles que os líderes jihadistas europeus divulgaram uma nota chamando o terrorista de “herói” e aplaudindo seu ato.
Argumentar com quem está sendo submetido a lavagem cerebral por décadas é muito difícil. O atentado foi causado pela facilidade de se comprar arma nos EUA? Mas a França tem leis rígidas quanto à venda de armas e, mesmo assim, sofreu um atentado ainda maior que o de Orlando. É tão difícil assim compreender que quando um criminoso, um louco, um terrorista quer usar uma arma, ele a conseguirá de qualquer forma? Se a boate não fosse uma zona livre de armas, ou seja, se pelo menos UM dos frequentadores estivesse com uma pistola para sua defesa, é tão difícil imaginar que o atirador poderia ter sido abatido após matar “somente” 10 pessoas ao invés de 50?
Mas prevejo, para os próximos dias, diversas entidades de “defesa” dos homossexuais declarando apoio explícito à política desarmamentista de Obama e atacando Trump por acusar um muçulmano de ser muçulmano. Isso é triste, mas parece que, uma vez definido de que lado eles estão, nem mesmo a realidade mais crua fará com que essas pessoas revisem suas posições. E não estou pedindo para que apóiem Trump ou não apóiem Hillary, mas que enxerguem a realidade e cobrem de Obama uma mudança de posição. Mas, tal qual a esquerda brasileira, os democratas americanos reagem em bloco. Se o partido assume posição contra as armas e a favor dos refugiados, todos os partidários seguem cegamente essas decisões, mesmo que elas coloquem em risco a sua própria vida.