Durante muito tempo, a imprensa que consideramos tradicional, que no caso é a ‘imprensa oficial’, teve o monopólio das notícias em massa. Ela ditava as regras sobre como as informações seriam veiculadas e, por mais que soubéssemos que muita coisa era mentira, éramos limitados a reclamar ou xingar em voz baixa. Hoje, não mais.
Apesar de as mídias alternativas terem muitos maus exemplos, sites como “Jornalistas Livres” e “Mídia Sem Máscara”, que são basicamente propagadores dos chamados hoax*, e ainda que muitos destes sites sejam mal feitos ou mal organizados, o saldo geral é bem positivo. Hoje, temos escolha, temos mais autonomia e temos, acima de tudo, diferentes narrativas sobre os mesmos fatos, podendo assim enxergar versões mais completas da realidade.
Nenhum site é 100% confiável, pois há, afinal de contas, humanos por trás, e humanos sempre são falhos. Só que o fato de termos mais variedade nos permite fazer as melhores escolhas. Quando um determinado veículo de mídia começa a errar muito, propagando informações imprecisas e boatos não confirmados, ou quando começa a apresentar matérias desonestas e compradas, sempre temos a opção de acessar outras fontes. E mais: podemos, ainda, fazer por conta própria.
Qualquer pessoa, com pouquíssimo investimento, pode criar um site hoje. Com o esforço certo e a devida qualidade, o site pode se tornar grande. Eu, por exemplo, escrevo em um blog com uma média de 25 mil acessos por dia, isso nos piores meses. Já cheguei até a escrever artigos que atingiram meio milhão de pessoas. Quanto eu investi nisso tudo? R$ 30,00. Só paguei o domínio e pronto. O resto fui fazendo com o tempo e a experiência de quem já escreve há muitos anos.
Vejo diversas mídias alternativas surgindo e isso me deixa satisfeito, ainda que no meio delas existam os maus exemplos. É com a variedade que atingiremos a qualidade. Na pior das hipóteses, um site ruim não precisa ser acessado, porque nós temos essa escolha.
No tempo de nossos pais a coisa era bem diferente, eles eram praticamente obrigados a assistir os telejornais ou ler os jornais impressos dos grandes grupos de mídia, não tinham como distinguir um boato de uma informação verdadeira e não podiam simplesmente repudiar os veículos que se vendem por política, do contrário ficariam sem ver coisa alguma.
*Hoax é uma gíria de internet que, na prática, se trata de um tipo de informação puramente inventada, uma falsificação. Há diversos sites especializados nesse tipo de coisa, mas alguns fazem por mera diversão, como é o caso do Sensacionalista ou de Joselito Muller. Outros, no entanto, tentam realmente enganar os leitores dizendo que a informação é real ou simplesmente omitindo que ela é falsa, este é o caso do site Pensa Brasil.