Ainda não caiu a ficha, mas alguns membros do PT, embora não admitam publicamente, já começam a pensar no partido sem a sua figura maior o ex-presidente Lula, que arrolado em tantos processos na Lava Jato tem em sua provável prisão só mais uma questão de quando será do que se ocorrerá. Para tanto teremos que considerar o fim do lulopetismo, que foi a absorção do Partido dos Trabalhadores pela figura centralizadora de Lula, que ao mesmo tempo deu relevância ao partido assim como o sugou para si e agora o exauriu.
Estranho um direitista convicto como eu parar para fazer uma análise do futuro de um partido de esquerda que dentre outras coisas ajudou a afundar o Brasil na maior recessão dos últimos tempos!? Não, não é nada estranho. Temos sim que pensar (diferente de ajudar) como a agora oposição irá se re-estruturar daqui em diante, principalmente para não sofrermos um pulo-do-gato da parte deles e sermos pegos com as calças curtas. Pois como dizia o sábio general chinês Sun Tzu, no clássico livro A Arte da Guerra:
Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo lutará cem batalhas sem perder; para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou derrota serão iguais; aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio será derrotado em todas as batalhas.
Então conhecer o inimigo é a chave e vocês caros leitores precisam adentrar a psiquê de um militante do PT e ver com os seus olhos o quão caro o é para estes admitirem que para seguirem “a luta” terão que sacrificar o seu maior “herói” pelo caminho. Não há como resgatar o PT sem deixar o ex-presidente Lula para escanteio, pois enquanto este continuar ditando as regras o partido não avançara para uma reconstrução. E o que falta para isso acontecer? A Esquerda está carente de ídolos e eles funcionam sempre a sombra de alguma liderança messiânica que possa conduzir os rumos do partido e do país caso (Deus nos livre) eles alcancem a presidência novamente.
Além da falta de quadros que façam frente à onipresença de Lula faltam também idéias a se implementar. O ex-“Partido da Ética” já viu que este aposto não se atrela mais ao PT nem que a vaca tussa e não consegue desenvolver novos temas para inspirar sua militância e volta a ser o velho PT de oposição raivosa de outrora e às vésperas do seu 6º Congresso Nacional o PT anuncia que fará “oposição implacável” ao “governo usurpador” de Michel Temer. Sim beleza, mas… só isso?!
É interessante não confundir o que eu chamei de “falta de idéias” como falta de “bandeiras”, pois as bandeiras históricas das esquerdas ainda estão aí como a Reforma Agrária na figura do MST, a questão da moradia (MTST), a defesa dos mais pobres e etc; além de novas bandeiras como a da causa gay (LGBTQ) e do feminismo. Não, não faltam bandeiras, mas sobram partidos de Esquerda para empunha-las, ou seja, estes movimentos atualmente preferem ser representados por PSOL, PCdoB, PSTU e etc do que pela galera do PT que até para eles está associada a corrupção e falta de ética.
Sem quadros novos e sem propostas novas e engajadoras o PT vai descendo ladeira abaixo esperando que após finalmente se estatelar no fim do precipício àqueles entre eles que sobreviverem juntem os cacos e consigam produzir algo de novo porque até agora o PT pós-Lula é somente uma lenda.