Hoje, Freddie Mercury, faria 70 anos. Por uma coincidência, assisti ontem ao filme “Flash Gordon”, de 1980, cuja trilha sonora ficou a cargo da banda Queen. Assisti a esse filme nos cinemas, quando foi lançado e, depois, nunca mais o tinha assistido.
O filme foi interessante para me lembrar que Queen era uma banda de rock progressivo, embora não se costume dizer isso hoje em dia. A sonoridade da trilha é tipicamente e deliciosamente progressiva.
Outra coisa que me impressionou foi um detalhe na trama do filme, uma refilmagem do clássico dos quadrinhos, lançado em 1938. Ao chegar ao planeta Mongo, Flash Gordon descobre que o planeta é dominado por um tirano, o Imperador Ming, que utiliza uma simples estratégia: manter os povos que domina em permanente discórdia e luta entre si. Incapazes de cooperar uns com os outros, esses povos são facilmente dominados pelo ditador.
Não pude deixar de achar que essa estratégia, denunciada há quase 80 anos, é ainda utilizada, hoje em dia, pelos globalistas com grande êxito. Ao estimular a divisão da sociedade não mais somente em classes sociais, mas em outras divisões (brancos e negros, gays e heteros, homens e mulheres, etc) os globalistas abrem caminho para um crescimento progressivo do Estado e de seu controle sobre os mais variados aspectos da vida das pessoas.
Cegas pelo ódio entre grupos artificialmente criados, as pessoas não só não notam o crescimento do controle estatal, como ainda pedem um aumento progressivo desse controle e uma perda gradual da sua liberdade. Sentindo-se ameaçadas por coisas que, anteriormente, nunca as incomodariam, essas pessoas exigem que mecanismos de controle sejam aplicados pelos governantes, sem avaliar como isso as afetará indiretamente.
Então, quando um homem branco homossexual exige que o estado proíba e puna quem fizer algum comentário contrário aos gays, não nota que está abrindo um precedente a que grupos negros exijam punição a ele mesmo, quando utiliza a gíria “cafuçu” para designar negros e mulatos. Já o homem negro que exigiu essa punição, será perseguido pelo Estado como “estuprador em potencial” por exigência das feministas. Praticamente ninguém está a salvo de ser um alvo dessas rivalidades estimuladas pela política globalista.
Enquanto isso, imobilizadas pelas lutas constantes, as pessoas deixam o Estado controlar cada mínimo aspecto de suas vidas.
No filme (e nos quadrinhos) essa situação de imobilidade é quebrada quando Flash se recusa a deixar seu oponente num duelo morrer e o ajuda. Pela primeira vez, os súditos de Ming conhecem o que é cooperação. A partir daí, eles se unem para derrubar o tirano.
O que precisamos, atualmente, é de pessoas que abram mão de prosseguir nessa perseguição a pretensos grupos inimigos, dando o exemplo de cooperação. Precisamos de negros que não se vitimizem, de gays que não acusem tudo de homofobia, de mulheres que não afirmem que todo homem é um estuprador em potencial. E, é claro, precisamos de brancos que não caiam no discurso de separação de raças, de heterossexuais que não generalizem nas críticas aos gays, de homens que não reforcem o estereótipo de machistas truculentos.
Quem sabe assim, um dia, poderemos lutar contra o verdadeiro inimigo, aquele que nos domina fazendo parecer que precisamos dele para nós defender de oponentes imaginários. Aí sim teremos uma sociedade verdadeiramente livre.