As pessoas mais velhas podem se lembrar do Círculo do Livro, um sistema criado em 1973 pela Editora Abril e uma empresa alemã e que foi responsável pela venda de milhões de livros. O sócio indicava um conhecido, que passava a receber uma revista mensal com dezenas de títulos de livros com suas respectivas descrições e o sócio tinha que escolher um dos títulos para receber. Todos os meses, um novo título era oferecido por um preço promocional. O Círculo do Livro funcionou até o ano 2000, quando a queda das vendas e número de sócios determinou o fim do projeto.
Não por coincidência, dois anos depois, os brasileiros escolheram um presidente que se orgulhava de afirmar que achava muito chato ler livros. A glamourização da ignorância, da pobreza econômica e de espírito pode ter contribuído para a derrocada de um sistema muito interessante.
O tempo passou, a valorização da ignorância levou o país a uma crise moral e econômica, mas teve um efeito colateral positivo. Um novo “boom” editorial surgiu: os livros de direita, de autores conservadores e traduções de autores clássicos.
Mas esses livros, muitas vezes, são divulgados mais por indicação boca a boca, de quem leu e gostou para algum amigo. Um sistema mais eficiente de divulgação precisa ser criado, melhorando os ganhos das editoras que publicam esses títulos e, assim, ampliando as opções de livros.
Um sistema semelhante ao do Círculo do Livro poderia ser feito, com a vantagem que não há mais necessidade de uma revista (embora a ideia de uma revista com entrevistas com autores não seja ruim), já que um site já cumpriria a função. Todas as editoras como a Record, a Simonsen, a Vide, IMS, além de editoras não especializadas, mas que tenham lançado algum livro definido de interesse por um conselho formado por conservadores, liberais, libertários, monarquistas, etc.
Isso tornaria a divulgação mais fácil, principalmente entre os jovens; permitiria descontos de lançamentos e evitaria a dependência de livrarias virtuais. Além dos títulos sobre política, outros assuntos interessantes como economia, filosofia, história, biografias e até ficção poderiam complementar o catálogo.
Essa é uma sugestão. Mas para isso funcionar, as várias vertentes que formam a Direita brasileira devem aparar suas arestas. De nada irá adiantar se um autor disser que não irá participar se livros de fulano ou beltrano estiverem no mesmo catálogo. Quem estiver interessado em conhecer um pouco mais o pensamento direitista necessita ler muitas fontes até decidir que posição política prefere assumir.