Os filmes a seguir, tem como objetivo, desnutrir os clichês formalizados pelo público e por enquetes chulas que são vistas aos montes no IMDB e segmentos do tipo. A lista do Olhar Atual, busca enriquecer a importância do cinema em todos os cantos do mundo, tendo como base, as críticas do século XXI vindas das maiores revistas cinematográficas, dos críticos especializados e grandes cineastas.
A MORTE DO SR. LAZARESCU
FICHA TÉCNICA
- Título original: Moartea domnului Lazarescu
- Ano de produção: 2005
- Dirigido por: Cristie Puiu
- Gênero: Drama
- Duração: 153 minutos
- País de origem: Romênia
O drama de Lazarescu, um velhinho de 62 anos e completamente solitário, monta-se através da estética do Dogma 95 e de toda uma ambientação sócio-política da Romênia.
O filme acontece numa madrugada, onde Lazarescu, passa por 4 hospitais público diferentes de Budapeste após ter passado mal.
A capacidade do filme de colocar o espectador como um vizinho de Lazarescu, só não é maior, porque o filme coloca o espectador como o próprio Sr. Lazarescu. E todo o sentido da velhice e solidão cai nas nossas mãos, como uma bomba, onde a reflexão é a melhor maneira de desarmá-la.
SINOPSE
Sr. Lazarescu (Ion Fiscuteanu), um homem solitário de 63 anos, passa mal e chama a ambulância. Quando a ajuda chega, os paramédicos decidem levá-lo ao hospital, mas ao chegarem lá, decidem mandá-lo para outro hospital e, em seguida, para mais outro. À medida que a noite vai se desenrolando e eles não conseguem achar um hospital para o Sr. Lazarescu, a saúde dele fica cada vez pior.
PRÊMIOS
Dentre os 28 prêmios de A Morte do Sr. Lazarescu estão: Festival de Cannes, ganhador do Prêmio Un Certain Regard Award, Festival de Chicago, ganhador do prêmio especial do Júri Festival, Palm Springs de melhor ator para Ion Fiscuteanu e Festival de Copenhagen, prêmio de Melhor Ator para Ion Fiscuteanu.
TRAILER
CACHÉ
FICHA TÉCNICA
- Gênero: Drama
- Direção: Michael Haneke
- Roteiro: Michael Haneke
- Produção: Veit Heiduschka
- Fotografia: Christian Berger
- Duração: 117 min.
- Ano: 2005
Se os filmes-noirs entrassem no século XXI, onde o mundo é digital e, se deparassem com a finalidade europeia; de ser cauteloso, lento com a movimentação de câmera e frio na iluminação, todos os noirs contariam apenas com uma direção, a de Haneke.
Caché expõe toda a genialidade do diretor. Desde o thriller que acompanha uma família sendo vigiada, até um drama de um homem que precisa buscar na memória, as infelicidades do seu passado para resolver os problemas que assolam o seu presente.
Caché é o típico filme que, após a seção, a sua única reação é perdê-la.
SINOPSE
Um dia Georges (Daniel Auteuil) e sua esposa Anne (Juliette Binoche) recebem uma fita de vídeo com imagens de sua casa, que fora filmada por uma câmara instalada na rua. Depois disso começam a receber desenhos sinistros. Assustado, o casal tenta descobrir o autor daquelas misteriosas ameaças que perturbam a paz de sua família. Logo percebem que quem os persegue conhece mais sobre o seu passado do que eles poderiam esperar.
PRÊMIOS
César
Indicações
Melhor Diretor – Michael Haneke
Melhor Ator Coadjuvante – Maurice Bénichou
Melhor Revelação Masculina – Walid Afkir
Melhor Roteiro Origina
European Filme Awards
Ganhou
Melhor Filme
Melhor Diretor – Michael Haneke
Melhor Ator – Daniel Auteuil
Melhor Edição
Indicações
Melhor Atriz – Juliette Binoche
Melhor Fotografia
Melhor Roteiro
Grande Prêmio Festival Brasil
Indicação
Melhor Filme Estrangeiro
Festival de Cannes
Ganhou
Melhor Diretor – Michael Haneke
Prêmio FIPRESCI
Palma de Ouro
Óscar
Ganhou
Melhor Filme estrangerio
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A GRANDE BELEZA
FICHA TÉCNICA
- Gênero: Drama
- Direção: Paolo Sorrentino
- Roteiro: Paolo Sorrentino
- Produção: Francesca Cima, Nicola Giuliano
- Fotografia: Luca Bigazzi
- Montador: Cristiano Travaglioli
- Trilha Sonora: Lele Marchitelli
- Duração: 142 min.
- Ano: 2013
- País: França / Itállia
- Classificação: 14 anos
A Grande Beleza mostra a importância da tecnologia para que possamos ver todas as cores numa projeção de cinema. Sobre a grande beleza; não vi só beleza, eu vi Veneza, Roma, o Neo-Realismo. Eu vi Antonione, Pasolini, Rosselini. Eu vi Dali e Da vinci em um único enquadramento. Eu vi Fellini. Eu vi tanto de Fellini, que o espiritismo talvez explique minha sensação.
A grande beleza tira de Sorrentino a função de diretor e coloca-o como um pintor. Alguém que fez da câmera, um pincel, que aliás, já não é pintado na Itália de maneira tão bela há muito tempo, e bota tempo nisso. A Grande Beleza é uma das maiores exposições cinematográficas ao conceito máximo de Belo.
SINOPSE
Em Roma, durante o verão, o escritor Jap Gambardella (Toni Servillo) reflete sobre sua vida. Ele tem 65 anos de idade, e desde o grande sucesso do romance “O Aparelho Humano”, escrito décadas atrás, ele não concluiu nenhum outro livro. Desde então, a vida de Jep se passa entre as festas da alta sociedade, os luxos e privilégios de sua fama. Quando se lembra de um amor inocente da sua juventude, Jep cria forças para mudar sua vida, e talvez voltar a escrever.
PRÊMIOS
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro
Paolo Sorrentino
Prêmio Globo de Ouro: Melhor Filme Estrangeiro
A Grande Beleza
Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Filme
Paolo Sorrentino, Nicola Giuliano, Francesca Cima
Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Filme Estrangeiro
Paolo Sorrentino, Nicola Giuliano, France
Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Ator
Toni Servillo
Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Diretor
Paolo Sorrentino
Prêmio David di Donatello de Melhor Diretor
Paolo Sorrentino
Prêmio David di Donatello de Melhor Ator
Toni Servillo
TRAILER
HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS
FICHA TÉCNICA
- Gênero: Drama
- Direção: Júlia Murat
- Roteiro: Felipe Sholl, Júlia Murat, Maria Clara Escobar
- Produção: Christian Boudier, Felicitas Raffo, Júlia Murat, Julia Solomonoff, Juliette Lepoutre, Lúcia Murat, Marie-Pierre Macia
- Fotografia: Lucio Bonelli
- Trilha Sonora: Lucas Marcier
- País de Origem: Brasil
O desconhecimento por parte do Brasil para com esse filme, é a definição perfeita do vazio que o brasileiro tem para consigo mesmo. Ressalta ainda mais a pobreza intelectual que faz parte dos pseudo-cinéfilos, onde só conseguem gaguejar a cinematografia brasileira com Cidade de Deus e Tropa de Elite. Mas nunca, se quer, ouviram falar em Júlia Murat. Quanto mais em Carlos Reichenbach, Cacá Diegues, Gluaber Rocha, Arnaldo Jabor, Carlos Manga ou Nelson Pereira do Santos.
As histórias só existirão aqui, quando forem lembradas aqui. O filme de Murat, tem na simetria fotográfica, não só a perfeição do Plano, mas a da visão do receptor à um vazio que tem como detalhe mínimo a existência dos personagens para com eles mesmos diante de uma cidade vasta e, também vazia.
SINOPSE
Jotuomba fica localizada no Vale do Paraíba, no estado do Rio de Janeiro. Nos anos 30 as até então ricas fazendas de café foram à falência, derrubando a economia local. Madalena (Sônia Guedes), uma velha padeira, continua vivendo na cidade. Ela é muito ligada à memória de seu marido morto, que está enterrado no único cemitério local, hoje trancado. Sua vida começa a mudar quando Rita (Lisa E. Fávaro), uma jovem fotógrafa, chega na cidade.
PRÊMIOS
2012
Ganhou
Melhor Filme do Público na cidade de Groningen
Festival de Santa Bárbara
2012
Ganhou
Melhor Filme Latino
Festival de Reykjavik
Ganhou
Prêmio Ecumênico
Festival de Abu Dhabi
Ganhou
Melhor Filme
Melhor Atriz – Sonia Guedes
Festival de Ljubjana
Ganhou
Prêmio FIPRESCI
Festival de Warsaw
Ganhou
Melhor Filme – Júri Popular
Ganhou
Melhor Filme
Melhor Filme – Júri Popular
Melhor Filme – Júri Cineclubista
Melhor Atriz – Sonia Guedes
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MELANCOLIA
FICHA TÉCNICA
- Gênero: Drama
- Direção: Lars von Trier
- Roteiro: Lars von Trier
- Produção: Louise Vesth, Meta Louise Foldager
- Fotografia: Manuel Alberto Claro
- Duração: 136 min.
- Países de Origem: Alemanha, Dinamarca, França e Suécia.
Foi exatamente no fim do mundo, que Lars escolheu o momento para inspecionar no íntimo do ser humano os maiores fardos dentro de nossos corpos; como o medo, a angústia, a solidão, o pessimismo e o comodismo. Lars, em Melancolia, explora a vida e seus últimos minutos de mistério.
Um outro planeta irá se chocar com o nosso, tudo acabou, não há mais vida, não há mais nada, só há a morte e quem sabe, talvez, possamos vê-la. Talvez nossas mentes, já são sábias o bastante para não temer a morte. Talvez Deus, já nos enviara ao mundo com o discernimento de que, a morte, é o único medo que vira abrigo e a única ambição que nós queremos cada vez mais distante.
Depois de assistir Melancolia, apenas se pergunte, “quem sou eu?”
SINOPSE
Um planeta chamado Melancolia está prestes a colidir com a Terra, o que resultaria em sua destruição por completo. Neste contexto Justine (Kirsten Dunst) está prestes a se casar com Michael (Alexander Skarsgard). Ela recebe a ajuda de sua irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg), que juntamente com seu marido John (Kiefer Sutherland) realiza uma festa suntuosa para a comemoração.
PRÊMIOS
Prêmio de interpretação feminina
Kirsten Dunst
Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Filme
Lars von Trier, Meta Louise Foldager, Louise Vesth
Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Diretor de Fotografia
Manuel Alberto Claro
National Society of Film Critics Award de Melhor Atriz
Kirsten Dunst
National Society of Film Critics Award de Melhor Filme
Lars von Trier
Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Designer de Produção
Jette Lehmann
Prêmio Robert de Melhor Atriz em Cinema
Kirsten Dunst
Kansas City Film Critics Circle Award: Melhor Atriz Principal
Kirsten Dunst
TRAILER
O CAVALO DE TURIM
FICHA TÉCNICA
- Título original: The Turin Horse
- De: Béla Tarr, Ágnes Hranitzky
- Com: János Derzsi, Erika Bók, Mihály Kormos
- Gênero: Drama
- Classificação: 12
- Outros dados: ALE/HUN/SUI/FRA, 2011, Cores, 146 min.
Nietzsche. Reza a lenda que o antigo filósofo alemão entrara compulsoriamente para um sanatório após ver nas ruas de Turim um homem maltratando o seu cavalo. Aquele cavalo, talvez, representasse para Nietzsche, toda a filosofia humana, seus mistérios e as mágoas que pairavam pelos seus arrependimentos relacionado à sua desfeita pela verdade absoluta. Quem era aquele cavalo? Béla Tarr, retrata o caminhar do homem e de seu cavalo após algumas açoitadas. O caminho nos leva a casa do velho Ohlsdorfer, nos leva à sua inércia diária, nos leva ao absurdismo da sua incógnita e do seu corpo, que já nos mostra por meio de seu braço todo um ambiente de tristeza e desânimo. Nada nos alegra no meio do preto e do branco, nada nos perturba mais do que a trilha sonora. Nada nos faz sentir tanta solidão quanto o pouco de silêncio que há no filme. Silêncio que se intercala com sons banais, mas que existem, e nós não percebemos.
SINOPSE
O velho fazendeiro Ohlsdorfer (Janos Derzsi) e sua filha (Erika Bok) dividem um cotidiano dominado pela monotonia. A realidade dos dois é observada pela vista da janela e as mudanças são raras. Enquanto isso, o cavalo da família se recusa a comer e a andar. O filme é uma recriação do que teria ocorrido com o animal após ter sido salvo da tortura pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche durante uma viagem a Turim, na Itália.
PRÊMIOS
FESTIVAL DE BERLIM
2011
Ganhou
Prêmio FIPRESCI
Prêmio do Grande Júri
Indicação
Urso de Ouro
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SANGUE NEGRO
FICHA TÉCNICA
- Gênero: Drama
- Direção: Paul Thomas Anderson
- Roteiro: Paul Thomas Anderson
- Produção: Daniel Lupi, JoAnne Sellar, Paul Thomas Anderson
- Fotografia: Robert Elswit
- Trilha Sonora: Jonny Greenwood
- Duração: 159 min.
- Ano: 2007
- País: Estados Unidos
Hollywood nunca morrerá. PTA pertence a vertente do cinema de autor, uma vertente que nunca morrerá. O que começou nos Estados Unidos com Kubrick, se estendeu com Martin Scorsese, Woody Allen, Spielberg, Copola e cia. Nunca viu as luzes no fim do set se apagando, porque cineastas como PTA, continuam surgindo. E quando eles — diretores — são os grandes magnetismos do sucesso e da autoridade, fazem da função de diretor, a de artista-quo.
Muitas porcarias surgem em Hollywood, muitas baboseiras explosivas tomam conta das salas, mas a arte ainda tem mãos, mãos belas como a de PTA, Wes Anderson, Nolan, Aronofsky, Fincher… Sangue Negro, talvez surja como um ponta-pé inicial a uma nova onda em Hollywood.
A arte feita na terra do Tio Sam tem outra dicotomia, os caras tem dinheiro de sobra, podem fazer quaisquer ficções científicas sonolentas, que darão grana. Mas eles sabem que a beleza não tem preço. Dinheiros a rodos do capitalismo americano, não só servem de adubo para franquias como Velozes e Furiosos, mas também como combustível a eternos filmes de conceitos artísticos imensuráveis que se modernizarão com novos gênios que hão de vir. Gênios, que terão a consciência de que quanto mais dinheiro, mais belo algo pode ser feito. E o milionário sangue negro, não me deixa mentir. Viva ao capitalismo e aos artistas como o PTA, que fazem desta máquina monetária, chamada Hollywood, um grande laboratório para produções tão lindas quanto a de Sangue Negro.
SINOPSE
Virada do século XIX para o século XX, na fronteira da Califórnia. Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um mineiro de minas de prata derrotado, que divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde um mar de petróleo está transbordando do solo. Daniel decide partir para o local com seu filho, H.W. (Dillon Freasier). O nome da cidade é Little Boston, sendo que a única diversão do local é a igreja do carismático pastor Eli Sunday (Paul Dano). Daniel e H.W. se arriscam e logo encontram um poço de petróleo, que lhes traz riqueza mas também uma série de conflitos.
PRÊMIOS
Oscar de Melhor Ator
Daniel Day-Lewis
Oscar de Melhor Fotografia
Robert Elswit
Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Ator
Daniel Day-Lewis
Prêmio do Sindicato dos Atores: Melhor Ator Principal
Daniel Day-Lewis
National Society of Film Critics Award de Melhor Diretor
Paul Thomas Anderson
National Society of Film Critics Award de Melhor Filme
Sangue Negro
Prêmio Globo de Ouro: Melhor Ator em Filme Dramático
Daniel Day-Lewis
Urso de Prata de Melhor Diretor
Paul Thomas Anderson
Critics’ Choice Award: Melhor Ator
Daniel Day-Lewis
Prêmio da Sociedade Nacional de Críticos de Cinema para Melhor Ator
Daniel Day-Lewis
TRAILER
A ÁRVORE DA VIDA
FICHA TÉCNICA
- Gênero: Drama
- Direção: Terrence Malick
- Roteiro: Terrence Malick
- Produção: Bill Pohlad, Brad Pitt, Dede Gardner, Grant Hill, Sarah Green
- Fotografia: Emmanuel Lubezki
- Trilha Sonora: Alexandre Desplat
- Duração: 138 min.
- Ano: 2011
- País: Estados Unidos
A atemporalidade de Árvore da Vida, é uma análise minuciosa de todas as possíveis teorias já feitas para chegarmos hoje ao que chamamos de Vida.
As primeiras imagens resplandecendo a natureza como um futuro primoroso da nossa existência, nos dá a partida científica e, através de análises evolucionistas poderemos desfrutar das compilações exóticas que os primeiros Takes nos contam. Mas e a ópera ao fundo? E todo o eruditismo que vem tomando forma com o plano dos cristais, da música, da arte em si? Seria um alerta ao espectador, de que, a natureza, a ciência e a beleza estejam interligados ao Divino?
A temática religiosa que o filme aborda é realmente clara. Além disso, os anseios entre o paraíso e o mundo contados no filme, conseguem transcorrer com um objetivismo absurdamente pleno, graças à primorosa técnica Tarkovskyana que Malick realiza de forma inquestionável.
SINOPSE
Os O’Brien (Brad Pitt e Jessica Chastain) tiveram três filhos, criados com grande rigidez pelo pai. O mais velho deles, Jack (Sean Penn), sempre teve atritos com o pai, em parte por reconhecer em si mesmo um pouco dele. Além disto, já adulto, Jack enfrenta um forte sentimento de culpa devido à morte de seu irmão.