Morreu ontem, as 22h29 de sexta-feira (horário de Havana, 1h29 de sábado em Brasília), o ditador e facínora mais longevo das Américas – Fidel Alejandro Castro Ruz – aos 90 anos, mais conhecido como Fidel Castro, que governava (e mantinha presos) Cuba desde o golpe que implantou juntamente com seu irmão Raúl Castro e Ernesto “Che” Guevara e assumiu o poder em 1º de janeiro de 1959 até ceder o posto ao seu irmão Raúl em 2006, por motivos de saúde, mas sem nunca de fato ter deixado de mandar e desmandar no seu feudo particular que atualmente conta com aproximadamente 11 milhões de cubanos.
Essa tríade do mal (Fidel, Raúl e Che) matou pelo menos 8.190 pessoas, sendo 5.775 execuções por fuzilamento, 1.231 assassinatos extrajudiciais, 984 mortes na prisão e 200 pessoas desaparecidas, de acordo com o Cuba Archive, projeto conduzido há dez anos pelo pesquisador Armando Lago, autor de O Livro Negro do Comunismo Cubano. Fora os milhões de cubanos que se exilaram em vários países das Américas, mas principalmente nos EUA (na Flórida), os muitos presos políticos que pereceram atrás das grades e a penúria generalizada que foi infligida aos cubanos em geral durante esta ditadura comunista na ilha caribenha.
Enfim poderíamos passar horas e horas a fio tecendo o quão maléfico foi a ascensão de Fidel Castro ao poder em Cuba e a sua vida como tiranete (muitos artigos você encontra aqui mesmo nos seguintes links: aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), mas isto poderá ser encontrado em fartura em inúmeros textos ao longo dos próximos dias. O que este artigo pretende se debruçar é na seguinte questão:
E agora para onde irá Cuba!?
DEMOCRACIA ENFIM? Calma companheiro… ainda temos o filhote, digo o irmão, do ex-ditador Fidel, o Raúl Castro, no comando do politburo cubano e se antes de 2006 ele ficava nos bastidores, de lá pra cá ele já tem 10 anos a frente de Cuba com a sombra do finado Fidel lhe soprando como deveria conduzir o barco; agora é a sua hora de colocar todo esse longo aprendizado em prática.
RECRUDESCIMENTO DA DITADURA? Não. E num primeiro momento (que pode se estender por meses e anos a fio) nada mudará no status quo cubano; a não ser claro que tenhamos movimentos de insurgência (o que é pouco provável) aí sim haverá um recrudescimento da ditadura cubana.
ABERTURA CUBANA? Sim e Não. Sim que o próprio Raúl Castro vinha fazendo uma lenta abertura econômica, tanto interna permitindo pequenos negócios próprios (restaurantes, mercados, salões…), quanto externa permitindo que estrangeiros invistam na ilha (no turismo e na região portuária principalmente), poderá ser gradualmente aumentada – passado o período de luto – ao interesse do Regime Cubano, uma vez que as receitas andam mal das pernas desde que a ajuda da também falida Venezuela vem minguando ano após ano. E não porque não se espera nenhuma abertura política e nem de liberdades de sair e entrar em Cuba tão logo, uma vez que isso ficou explícito em conversas na reabertura das embaixadas dos EUA em Cuba e de Cuba nos EUA.
FIM DA DITADURA CASTRISTA? Raúl Castro ainda mostra ter fôlego (infelizmente) para muitos anos ainda no seu posto de Ditador de Cuba isso se não deixar a ilha naufragar claro. E quando ele se for? Temos dois “candidatos” naturais a sua sucessão que são o filho de ex-ditador Fidel, seu sobrinho, Antonio Castro Soto del Valle, mais conhecido como Godfather – o padrinho – é médico, presidente da federação cubana de beisebol e número dois da federação internacional do mesmo esporte, conhecido por intermediar negócios de estrangeiros com o governo cubano, um lobista de luxo; e temos o filho do próprio Raúl, Alejandro Castro Espín, mais conhecido como El tuerto – o caolho – pois perdeu parte da visão de um olho no contingente miliciano cubano enviado para a guerra em Angola; é engenheiro e mestre em Relações Internacionais e uma figura política e militar cubana, possui a patente de coronel do Ministério do Interior de Cuba.
LUTAS FRATRICIDAS PELO PODER? Sim podem ocorrer caso Raúl Castro venha a falecer sem deixar explicitamente como se procederá a sua sucessão. Ele já exprimiu desejo, em acordo com seu finado irmão Fidel, de não pretender transformar Cuba em uma monarquia (vide Coréia do Norte) e portanto o 1º da linha sucessória seria primeiro vice-presidente do Partido Comunista Cubano (PCC) Miguel Díaz-Canel, 56 anos, ele já está no cargo há quase 4 anos. Resta saber se o seu filho Alejandro Castro Espín, que tem boa reputação entre as Forças Armadas cubanas, e o seu sobrinho, Antonio Castro Soto del Valle irão aceitar pacificamente tal passagem-do-bastão ou irão digladiar-se pelo poder. Isso sem contar outros figurões do politburo cubano que tem menos chances, principalmente devido as idades avançadas, mas que podem tumultuar uma possível sucessão do atual Dictator-in-Chief.
QUAL SERÁ O FUTURO DE CUBA?
Incerto seria a melhor afirmação a se fazer, mas deixando a parcialidade de lado e analisando as questões propostas acima podemos elançar que o comunismo continuará vigorando em Cuba mesmo depois da morte de Raúl Castro e que este não gradará mais abertura do país, legando essa difícil tarefa ao seu sucessor, que caso não haja nenhuma intempérie virá a ser mesmo Díaz-Canel, que tentará fazer a tão sonhada transição para o Capitalismo China-like, ou seja, o capitalismo estatal chinês com abertura econômica, mas mantendo o controle total do poder político e controlando e limitando a liberdade de seus cidadãos.
Bons ventos ainda soprarão nessa ilha caribenha, mas o seu atraso promovido pela ditadura castrista ainda será sentido por muitas décadas pelas próximas gerações cubanas.