Sabe aquela pessoa que mesmo que você mostre, provas, gráficos, testemunhas e mesmo assim ela não acredita?
Saiba que ela ela sofre um distúrbio psicológico chamado de Viés de Confirmação.
O viés de confirmação refere-se a um tipo de pensamento seletivo onde tende-se a dar uma maior atenção àquilo que confirma as suas respectivas crenças e de ignorar e desvalorizar qualquer ponto que as contradiga. Um exemplo comum são as pessoas que acham que vai chover toda vez que o calo do dedão começa doer. Por padrão ela vai ignorar toda a vez que isso não ocorrer e somente lembrar de quando aconteceu. Resumindo na mente dela só existiram as vezes que ela acertou. Esse mundo Mágico acontece com mais frequência com pessoas que tem mais suscetibilidade à crer sem provas. Não vamos confundir viés de confirmação com Dogmas. Dogmas já por definição desprezam procedimentos de falseamento, já o viés de confirmação ignora o falseamento inconscientemente.
O viés de confirmação, é um aspecto do Viés cognitivo que trata de padrões de distorção de julgamento onde não existe uma tomada de decisão racional, também chamado de irracionalidade. Nesse tipo de comportamento a carga emocional é um fator determinante na escolha das provas para comprovar uma afirmação. Essa tendência leva aos seguintes efeitos:
–Crenças persistentes (quando crenças persistem mesmo após suas evidências serem demonstradas falsas), o efeito irracional de primariedade (uma maior confiança em informações encontradas antes de outras em uma série) e a correlação ilusória (quando falsas associações entre dois eventos ou situações são identificadas).
Uma série de experimentos nos anos 60 sugeriu que as pessoas são tendenciosas de forma a confirmar suas crenças pré-existentes. Trabalhos posteriores reinterpretaram esses resultados como uma tendência a testarmos ideias de forma unilateral, focando em uma possibilidade e ignorando alternativas. Em certas situações, essa tendência pode enviesar as conclusões das pessoas. Explicações para os vieses observados incluem o wishful thinking e a capacidade limitada que os seres humanos têm de processar informações. Outra explicação é que as pessoas demonstrem o viés de confirmação por estarem pesando os custos de estarem errados em vez de fazerem uma investigação neutra e científica.
Normalmente é muito doloroso para uma pessoa admitir que está vivendo uma mentira ou seguindo um pensamento falso. É muito mais fácil tomar como uma “provação” , uma “artimanha do inimigo” do que assumir o erro ou que toda sua crença está errada. A realidade pode ser arrasadora para essas pessoas. As vezes alguns tipos de associação torna elas especiais para um grupo e assumir que está errado pode jogar essa pessoa de volta ao mundo comum ou ganhar o rótulo de mentiroso, trouxa ou simplesmente idiota.
Outro exemplo claro é um dos efeitos do viés de confirmação que está acontecendo neste momento no país: a Polarização de opniões.
Foi feito um estudo onde temas de forte carga emocional foram usadas para medir o viés de confirmação foram dois temas: do desarmamento e das cotas. Foram medidas as atitudes dos participantes do estudo antes e depois de eles lerem os argumentos de cada lado do debate. Dois grupos de participantes demonstraram polarização de atitudes: aqueles com fortes opiniões prévias e aqueles bem informados politicamente. Em parte desse experimento, os participantes escolheram quais fontes de informações leriam, de uma lista preparada pelos pesquisadores. Por exemplo, eles podiam ler os argumentos da Associação Nacional de Rifles e da Coalizão Anti-armas de Brady a respeito do desarmamento. Mesmo quando instruídos a serem imparciais, os participantes tinham uma inclinação maior a lerem os argumentos que sustentavam suas atitudes prévias que os argumentos que não as sustentavam. Essa pesquisa tendenciosa por informação se correlacionou fortemente com o efeito de polarização.
O chamado “efeito tiro pela culatra” ocorre quando nós, diante de uma evidência contrária a nossas crenças, rejeitamos essa evidência e reforçamos ainda mais nossas crenças anteriores. A expressão foi cunhada por Brendan Nyhan e Jason Reifler.