O que extrair da enormidade de votos brancos, nulos e ausências nessa eleição!?

Todos que estão acompanhando minimamente o noticiário, ontem e hoje, não cansam de repetir que houve uma enormidade de votos em branco, nulos e ausências nessa eleição. Mas qual o real significado disso?

A princípio os perdedores adoram usar estes números como forma de mostrar que perderam não para o seu oponente, mas sim porque a população estava decidida a não votar em ninguém. Ora isso é uma argumentação sem pé-nem-cabeça, vide Freixo no Rio de Janeiro que obteve 40,64% (1.163.662) dos votos contra o vencedor Crivella (1.700.030) com 59,36% dos votos válidos, se somados os nulos, brancos e ausências chega-se a cifra de 2.034.352. Então quer dizer que a eleição do ex-pastor Crivella é ilegítima? Claro que não! Mas o psolista do Freixo deixou no ar que sim… Ah sempre quem acredite.

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Então qual o real significado? Geralmente a resposta mais simples é a verdadeira e esta é nada mais nada menos que com o descrédito geral dos partidos políticos, e dos políticos em si, o povo está cansado de ser OBRIGADO a votar! Isso mesmo! O real significado é que a obrigatoriedade do voto, além de não fazer mais sentido, irrita o eleitor mediano, que se vê obrigado a participar muitas vezes de um circo midiático-eleitoral sem que o mesmo queira fazer parte. Por isso que muito se fantasia nas propagandas políticas que é visando angariar o voto deste cidadão que se vê obrigado a votar e não está disposto a queimar alguns neurônios procurando averiguar qual candidato realmente será a melhor opção para sua cidade, estado ou país.

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Hoje o voto facultativo está vigente em 205 países do mundo e só em 24 deles (13 na América Latina) continua sendo obrigatório. O que isso nos diz? Que todo o mundo está errado e somente a democracia brasileira (e desses outros 23) são fortes e sólidas? Claro que não! Devemos nos livrar dessa excrecência em uma futura e tão prometida reforma política. O DIREITO ao voto converteu-se em DEVER de votar no Brasil com risco a sanções e punições por parte do Estado a quem não cumprir com suas obrigações eleitorais.

Mas será que o fato do voto se tornar facultativo por si só melhorará o nível da política nacional? Talvez não, mesmo porque isso é só um dos itens de uma reforma muito maior no sistema político, mas o que teremos é um provável maior engajamento dos políticos com as bandeiras dos seus partidos e um maior debate de idéias para conquistar o eleitor consciente, pois aquele que declara “não gostar de política” não votará a menos que seja obrigado e aí a dita “qualidade” desse voto fica a desejar.

Então facultar o voto é a melhor solução para acabarmos com essas análises tortas de o porquê houve tantos “votos desperdiçados”.

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