“Mamãe falei” expõe hipocrisia de Gilberto Dimenstein

Antes de mais nada, assista a esse vídeo. Todo o texto a seguir será baseado nas cenas mostradas nele.

Vamos por partes. A cada dia admiro mais a coragem do Arthur, criador do “Mamãe falei”. Eu, por exemplo, nunca teria coragem de me enfiar num antro de esquerdistas como esse “Armazém” sozinho, armado somente de um celular. Sabemos como essas pessoas podem ser violentas e dissimulados. Ele mesmo já foi vítima de um mata-leão há algum tempo, chegando a perder a consciência e, mesmo assim, não se intimidou. Parabéns a ele.

Quanto ao formato do vídeo, mais um ponto positivo. Arthur segue um roteiro tipicamente jornalístico. Mostra depoimentos dos moradores, cenas de diversos eventos que claramente contrariam a lei de zoneamento da Prefeitura de São Paulo e, por fim, vai buscar o contraditório com o dono do estabelecimento. A gente já viu esse enredo em diversas reportagens, inclusive de colegas de trabalho de Dimenstein.

A grande diferença está na reação de Dimenstein diante do repórter. Ao invés de dar uma típica resposta burocrática do tipo “nós temos autorização para funcionamento”, ele apela para o que chamo de estratégia do hipnotista: ele vira para o público e “mostra” algo que não está ali, afirmando estar e seu público “vê” não a realidade, mas a fantasia anunciada. Arthur entrou num espaço aberto ao público (até porque se considera um espaço cultural) e fez uma pergunta ao dono. O dono se limita a se colocar num pedestal, dizendo que a interrupção de sua palestra seria mais importante do que a interrupção do sossego dos moradores da região. E, sem que Arthur tivesse agido de forma agressiva ou violenta, diz ao público que faz questão que ele fique para mostrar “como o ódio funciona”. Isso vindo de um jornalista que sabe muito bem o que é ódio e que isso que Arthur fez não é ódio. Ódio é o que a Esquerda semea contra quem discorda dela.

O vídeo tem partes cômicas ao extremo, como quando um travesti afirma que poderia estar se prostituindo, mas que “Seu” Gilberto deu espaço para ele fazer um workshop de maquiagem. Gente, o que tem de cultural nisso? Workshop de maquiagem se encontra em qualquer SENAC, escola de maquiagem, loja de produtos de beleza, até em casa de representantes da Hinode. E realmente a única alternativa para esse travesti, caso não pudesse trabalhar ali, seria a prostituição? O desemprego está tão grande assim ou é falta qualificação?

Outra parte hilariante é quando uma funcionária, portanto suspeita, afirma que ali não é um bar ou boteco e cita diversos outros estabelecimentos da região como semelhantes ao Armazém e, vão surgindo na tela as páginas de cada estabelecimento se declarando bar ou boteco. Isso comprova que todos ali SABEM que o Armazém é um bar, mas que fingem não saber. Afinal, é mais chique dizer que trabalha num espaço cultural do que num boteco; é mais chique dizer que frequenta um espaço cultural do que um bar. E é importante mentir quando se está contrariando a lei de zoneamento.

Mas, na minha opinião, essa definição nem é tão importante. A meu ver, se a zona é preferencialmente residencial, nem mesmo espaços culturais deveriam ser permitidos, uma vez que “cultura” hoje em dia não é uma orquestra de música de câmara tocando Schubert enquanto os ouvintes degustam um vinho. Hoje, cultura envolve muito barulho alto e gente bêbada, então deve ficar longe de regiões prioritariamente residenciais.

No vídeo ficou claro que a licença para funcionar só foi obtida pela semelhança do modo de pensar de Dimenstein e Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. Se fosse um bar com temática militar, de propriedade de um filho de Bolsonaro, a licença nunca sairia. Agora, resta ao novo prefeito dar um jeito nisso. Ou revoga a licença ilegal dada por Haddad ou aplica multas severas cada vez que Dimenstein infringir as normas, até que ele se mude para onde pode haver esse tipo de estabelecimento ou feche.

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