Como a esquerda bolivariana desmantelou a economia do Brasil

O Brasil é um país que possui condições climáticas, localização geográfica, parque industrial, biodiversidade e recursos naturais favoráveis para destacar-se na cadeia competitiva global, se houvesse gestores comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico, a transparência institucional e a confiança para atrair investidores e acordos comerciais para intensificar a produtividade e o mercado. No entanto, o Brasil de hoje está irreconhecível aos olhos do mundo por estar afundado na mais profunda recessão econômica dos últimos 50 anos. A atividade econômica nacional está à beira do colapso, com cortes severos nos gastos e no número de funcionários empregados com carteira assinada. Além disso, preponderam também quedas constantes na produção, fuga de capitais, declínio no consumo, alta na inflação e no desemprego, obras paralisadas e um incontrolável déficit fiscal nas finanças do país. Um conjunto de fatores desencadeou tal instabilidade, como a política populista de concessão desenfreada de subsídios a grupos sociais, sindicatos, “movimentos sociais” e a países africanos e latino-americanos ideologicamente similares ao governo brasileiro distributivista; a interferência autoritária do Estado no setor produtivo e até mesmo no Banco Central, repelindo a iniciativa privada; a centralização política em estatais, atrelada à corrupção em uma delas que resultou na dilapidação de bilhões de reais dos cofres públicos. A seguir, acompanhe cada âmbito atingido pela ingerência administrativa:

 

Montadoras

Um dos setores que mais aquecem a economia brasileira, as montadoras de veículos, no trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado, apresentaram recuo de 27,8%. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), trata-se do menor nível de produção nos últimos 13 anos.  No que concerne às vendas, houve diminuição de quase 30% nos três primeiros meses deste ano (mais de 480.000) comparado ao mesmo período de 2015.

Tal baixa também afeta os postos de trabalho. Os primeiros três meses de 2016 terminaram com pouco mais de 128 mil funcionários empregados, uma queda de quase 9% quando comparado com o ano passado. E conforme a consultoria MA8, especializada na análise de indústria de automóveis, cerca de 20 mil vagas de trabalho poderão fechar ao longo de 2016.  Diante deste panorama sombrio, o Brasil cedeu lugar para o México, país este que ocupa o pódio de mais produtor automotivo da América Latina.

 

Déficit fiscal estrambólico

De acordo com levantamento, o rombo deixado nas contas públicas pelo governo é de 170,5 bilhões de reais, o maior desde 1997. Vários fatores ocasionaram tal desarranjo que custará anos para ordenar: falta de transparência fiscal; despesas excessivas oriundas de subsídios para assistencialismo eleitoreiro e do inchaço da máquina do Estado (por exemplo, estima-se que houvesse mais de 100 mil cargos comissionados); queda na arrecadação, motivada pela baixa nas vendas e na produção devido aos entraves burocráticos e tributários da gestão bolivariana para com o empresariado.

 

Desemprego

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em abril, o desemprego no país passou dos dois dígitos, chegando a 10,2%, de modo que em números absolutos quase 11 milhões de brasileiros não têm trabalho, ou seja, mais que toda a população do Paraguai e do Panamá junta. Devido ao avanço da ausência de geração de empregos, prevê-se que quase 3 milhões de brasileiros deixarão de receber o seguro-desemprego.

 

Indústria

A produção da indústria foi severamente afetada pela depressão econômica. Conforme os últimos dados divulgados pelo IBGE, o primeiro trimestre de 2016 fechou com queda acumulada de 11,7%. Dentre as categorias mais devastadas, destacam-se a de bens de capital e a de bens de consumo duráveis. Algumas razões justificam tal desaceleração:  falta de confiança para investir e por parte do consumidor, corte de investimentos, ausência de um ambiente competitivo para a produção e o crescimento. Bem, a redução dos repasses dos royalties para os estados brasileiros e também da exportação de commodities para a China, principal mercado consumidor, também comprometeu a arrecadação.

 

PIB e inflação

Sem dúvida,  o que mais estarrece nesta hecatombe por que passa o Brasil é o Produto Interno Bruto (PIB) do país, que fechou 2015 com um déficit de 3,8%, o pior índice desde 1990. Prevê-se que para 2016 a tendência se repita. Enquanto isso, a América Latina como um todo apresentará uma média de crescimento de 3% para 2016, com destaque para países como Paraguai, Panamá, Colômbia, Peru e México, que cada vez mais valorizam acordos de livre-comércio, através da simplificação tributária e de medidas concretas para minimizar entraves burocráticos e o protecionismo, chaga esta que acomete o Brasil. Quanto à inflação, sua elevação ainda persiste (em torno de 9%), corroendo o poder de compra e a demanda no setor de serviços e repelindo a injeção de capital pelo setor privado – temeroso pelos elevados custos de produção e pela insegurança política, jurídica e institucional no país, além da carga tributária abusiva e das regulações asfixiantes do Estado.

 

Investimentos estrangeiros

De acordo com análise do Banco Central, feita no final do ano passado, para 2016 há a previsão de queda em torno de 60 bilhões de dólares em relação a investimentos diretos no país. Inclusive, um relatório publicado em janeiro deste ano pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) aponta uma queda de 23% do fluxo de investimentos estrangeiros na cadeia produtiva do Brasil.

 

Muitos questionam: o Brasil tem cura? O país sairá da crise econômica a curto prazo? Bem, é possível, começando pelo fortalecimento da cidadania e pela mudança de comportamento combativo à corrupção. E basicamente o que desencadeia a corrupção? O corporativismo arraigado nas instituições republicanas e o “capitalismo de Estado”, ou seja, negociatas espúrias entre empreiteiras, grandes corporações e governos, em que há uma espécie de escambo entre as partes: acesso fácil para surrupiar os recursos do Estado (via Erário) em troca de financiamentos de campanha de determinados candidatos. Tudo isso é fruto da formação cultural paternalista, garantista e estatizante que acomete a sociedade brasileira em geral como uma necrose. O sonho por um país melhor tem que começar modificando esse sistema vicioso, priorizando a liberdade e a ética em detrimento do totalitarismo vermelho.

 

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