A imprensa mente descaradamente e ainda acusa os outros de radicais

Desnecessário comentar o modo como boa parte da imprensa norte-americana não fez o verdadeiro trabalho jornalístico e sim uma atividade de cabo eleitoral de Hillary Clinton. Igualmente desnecessário falar que, em se tratando de imprensa brasileira, essa “boa parte” se tornou 100%.

Embora eticamente condenável, pode-se até compreender que um jornalista não consiga ficar isento numa disputa eleitoral. O que é inaceitável é que, não conseguindo que a realidade se amoldasse às suas expectativas, o jornalista continue mentindo de forma descarada tentando noticiar não a verdade, mas aquilo que eles gostariam que ocorresse.

Assim ocorreu hoje durante a programação da rádio CBN. O jornalista Milton Jung chamou uma correspondente nos EUA para perguntar como estava a situação na fronteira do país com o México. A correspondente, apoiada por Jung, desferiu um festival de mentiras. Ao ser perguntada se havia algum tipo de tensão na região devido à ameaça da construção do muro, a jornalista honestamente afirmou que já havia um muro ali, fato que foi escondido pela mídia durante toda a campanha eleitoral só sendo divulgado após a vitória de Trump. Mas foi só isso. A partir daí ela começou a narrar que a preocupação maior ali na região não era com a violência, afirmando que a região não seria violenta, inclusive com baixos índices de criminalidade, mas que todos estariam preocupados com as medidas de Trump porque havia ali muitas fazendas que utilizavam mão de obra regular ou temporária de mexicanos. Ela descreveu que esses trabalhadores enfrentavam uma fila todos os dias para passar pelos agentes federais e trabalhar nos EUA, retornando para casa ao final do dia. No caso dos trabalhadores temporários, esses cruzavam a fronteira, trabalhavam por um período de colheita e retornavam ao México ao fim da temporada.

Alguém tem dúvidas de que Trump não se referiu a esses trabalhadores, quando afirmou que não iria permitir sua entrada no país? Nem eu, nem você, nem os jornalistas da CBN. Eles sabem muito bem que Trump foi apoiado inclusive por alguns imigrantes mexicanos legais, que não aceitam a má fama que os ilegais trazem para eles. Sabem que ele anunciou a deportação de 2 a 3 milhões de imigrantes ilegais que cometeram crime nos EUA, mas noticiam “3 milhões de imigrantes” omitindo descaradamente o complemento “ilegais que cometeram crimes” justamente para reforçar a imagem de xenófobo e radical de Trump.

Além do mais, essa imagem de “cidades na fronteira têm baixos índices de criminalidade” é uma ideia que foi difundida pelo site de viés esquerdista, Huffington Post, mas desmentido pelo site independente Breitbart.

Esse ativismo político disfarçado de jornalismo é algo que já vimos demais em ditaduras. Era assim na Alemanha nazista, na Itália facista, na União Soviética comunista e ainda é assim na Coreia do Norte e em Cuba. Mas vermos esse tipo de comportamento num país democrático é lamentável, pois, nas ditaduras, os jornalistas atendem às ordens do governo, mas a quem esses jornalistas estão atendendo ao agir assim sem uma pressão governamental? A quais interesses atendem?

Felizmente a Internet vem anulando esses golpes por parte da imprensa. Ou pelo menos vinha anulando. O problema existe ao sabermos que Facebook e Google, revoltados com a derrota de Hillary, decidiram criar um mecanismo para eliminar “falsas notícias” da rede. A ideia, a princípio boa, esbarra na pergunta: Quem define o que é uma notícia falsa? Facebook no Brasil foi devidamente infiltrado por simpatizantes do PT. Lembrando que todos os petistas e boa parte do restante da Esquerda insistem em dizer que o sítio em Atibaia e o triplex do Guarujá não são de Lula. Uma notícia sobre esses imóveis seria eliminada?

Ou seja, até que ponto essa perseguição a “radicais que espalham notícias falsas” não é uma enorme desculpa para manter na internet somente o mesmo discurso mentiroso da mídia profissional, como vimos nas eleições e nessa reportagem da CBN?

Paralelamente a essas medidas de “moralização” das redes sociais e da Internet, precisamos de mecanismos que punam essas empresas – Facebook e Google – caso utilizem essas medidas para proselitismo político. Os bloqueios de perfis e eliminação de páginas com viés de direita já nos provaram que não podemos deixar o controle somente nas mãos das próprias empresas sem nenhuma instância superior. Caso contrário, a imprensa retomará seu poder de influência e manipulação da opinião pública.

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